Topografia / Mapeamento top
Em janeiro, a ERG Engenharia foi convidada pela Revista Grandes Construções para entrevista sobre uso de novas tecnologias no mapeamento topográfico.
Mapeamento top | Drones agilizam etapas e reduzem o custo das operações de mapeamento, mas trabalho requer cuidados preventivos e ainda carece de alguma complementação em campo
Atualmente, muito se fala do uso das novas tecnologias na construção. Mas a verdade é que esse movimento começou há tempos e, neste exato momento, já está em processo acelerado nos canteiros de obras, sem que se dê conta disso. E uma das atividades em que a aplicação de novas tecnologias está mais avançada é o mapeamento topográfico. Nesse segmento, tanto as empresas fabricantes de produtos como as prestadoras de serviço de engenharia vêm absorvendo rapidamente a expertise no uso de drones, RPAs (Remotely Piloted Aircraft) e VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados).
E esta evolução está ligada diretamente aos equipamentos instalados no drone, como sensores e câmeras. “O que garante a qualidade ao trabalho é o sensor e o fluxo de trabalho dos softwares utilizados, aliados à capacidade de voo do drone.
A escala e a extensão do trabalho dependem diretamente do tipo da solução (Drone/VANT/RPA) escolhido, enquanto o tempo de levantamento e o tamanho da área de cobertura estão vinculados ao tipo de equipamento empregado. As soluções podem ser utilizados em áreas menores, com maior precisão – até pela proximidade do objeto a ser medido, como pás de torres eólicas – ou em levantamentos de áreas maiores, como reflorestadoras, por exemplo, aumentando a segurança para coletar informações em locais que oferecem risco ao operador de uma estação total ou sistema GNSS, por exemplo.
Como destaca o especialista, o principal fator que influencia na escolha do drone é o custo, pois a oferta é ampla. “É possível usar desde drones multirrotores pequenos, de precisão não muito elevada, até sistemas de asas fixas, câmeras térmicas, multiespectrais e RGBs, sensores Lidar e outros”, enumera Souza. “Ou seja, existe uma ampla gama de produtos e soluções de alta precisão, mas eles também podem aumentar os custos de investimento.”

PRECISÃO
Atuando neste setor há quatro anos, a empresa ERG Engenharia já realizou inúmeras atividades com RPAs, gerando vários tipos de produtos, adequados a cada realidade do cliente. Atualmente, a empresa realiza acompanhamento contínuo de obras de terraplanagem, com voos e geração de produtos diários, “com precisão centimétrica”.
A despeito da diversidade de soluções, segundo Claysson Nicácio e Délio Morais, respectivamente gerente de engenharia e presidente da empresa, a vanguarda da topografia atual são mesmo os RPAs e os VANT. “Os RPAs voam e tiram várias fotos que são processadas e convertidas em ortofotos (georreferenciadas) para, a partir desses dados, gerar os produtos que serão aplicados na execução dos projetos, como plantas, curvas de nível, MDT etc.”, destaca Morais. Já Nicácio lembra que o principal atrativo é a maior segurança na execução, aliada à produtividade. “Os custos variam muito em função do tipo de equipamento mais adequado a cada necessidade de informação”, pondera o executivo.
Para Morais, da ERG, a busca constante por informações mais precisas e o acompanhamento da evolução e inspeção da obra requerem maior rapidez na coleta de dados em campo, sendo que os drones tornam isso cada vez mais viável e possível. “Hoje, estamos caminhando para a Engenharia 4.0, um novo paradigma que envolve capacidade de as empresas/construtoras responderem rapidamente às exigências e condições de um mercado cada vez mais dinâmico”, avalia o presidente da empresa, lembrando que qualquer voo profissional deve ser realizado por equipamento homologado e autorizado por órgãos competentes. “O fato é que as empresas que adotarem rapidamente ferramentas de engenharia mais modernas terão vantagem sobre os concorrentes no que diz respeito aos processos de desenvolvimento de produto.”

A ERG já emprega equipamentos Laser Scanner de longo alcance há oito anos. Nesse período, evidentemente, também houve evolução. Segundo Nicácio, o avanço dos equipamentos desde então dispensou o apoio de pontos de controle no solo, voando de forma autônoma e georreferenciada, como ocorre com o sistema embarcado RTK L1/L2. “A título de comparação, é possível levantar com precisão centimétrica uma área de 800 hectares em um único dia, sendo que, nesse mesmo prazo, uma equipe de topografia realizaria um levantamento planialtimétrico cadastral de uma área de, no máximo, apenas 8 hectares”, destaca. “Mas ainda não se trata uma tecnologia perfeita, pois carece de complementação em campo, dependendo da necessidade de detalhamento.”
Para o especialista, todavia, o céu já não é mais o limite para essas tecnologias. “Já utilizamos equipamentos sem pilotos em batimetrias”, conta. “A tendência é melhorar as precisões, autonomia de tempo de voo, capacidade de cargas para entregas e pulverizações, entre outros”, finaliza.
Fonte: REVISTA GRANDES CONSTRUÇÕES